"Estou na melhor fase da minha carreira."

Com atuações incontestáveis e chuva de gols, o jogador celeste vem reconquistando a China Azul.

Isabella Rocha

Artilheiro do Cruzeiro na temporada e na Copa Libertadores 2010, o atacante Thiago Ribeiro não esconde a satisfação em viver o melhor momento da sua carreira. Desde o segundo semestre de 2009, quando suas lesões desapareceram, o jogador conseguiu manter o alto nível. Com apenas 25 anos, ele já jogou fora do país no Bordeaux-FRA e no Al-Rayyan do Qatar e nacionalmente, se destacou no São Paulo com os títulos de Campeão Mundial, em 2005 e Campeão Brasileiro, em 2006. Sua fase no clube celeste é excelente, mas o jogador sofreu uma pequena lesão no joelho. Sua recuperação será rápida e ele acredita na volta aos gramados antecipada já para quarta-feira(4/5), na Arena do Jacaré. Assistir os companheiros e não poder estar em campo, é angustiante para o atleta.

Quando atuou fora do país, Ribeiro ainda era muito novo. Na França, com apenas 18 anos, teve poucas oportunidades e no Qatar, com 21, foi pelo lado financeiro, mas não era exatamente o que ele pretendia. As duas experiências no exterior foram frustadas, mas o atleta sonha em construir uma carreira na Europa. "Não dá pra dizer um time, mas um lugar específico que eu gostaria de jogar é a Espanha, pois acho que iria se encaixar no meu estilo de jogo", fala.

Thiago mantém o foco no time atual e segundo ele, não trocaria o Cruzeiro por nenhum time nacional, agora. No Brasil, ele revela que tem um grande carinho pelo clube celeste e pelo São Paulo, time que o revelou. "Foi o time que me abriu as portas, acreditou em mim quando ninguém me conhecia. Apostar em um jogador conhecido é fácil, mas o clube paulista me deu toda projeção e reconhecimento", confessa.

Para Thiago, cada treinador tem sua maneira de trabalhar e suas convicções. Na era Adílson Batista, o atleta celeste jogava solto e com a vinda de Cuca, sofreu com as alterações. "Sempre fui um jogador que gosta de jogar com liberdade e de movimentar do meio pra frente", conta. No final do ano passado e início desse ano, seu rendimento caiu devido a diferença de posição, o que acabou lhe rendendo a entrada no time reserva. Antes considerado titular absoluto, o jogador não acredita que estava acomodado e reconheceu sua atuação ruim nas partidas contra o Villa Nova e o Atlético, pelo Campeonato Mineiro. "Tenho consciência que não fui bem nesses dois jogos, mas por tudo que eu já fiz, isso não era motivo para perder espaço no time. Eu respeito a opinião do treinador, mas tenho personalidade para dizer o que acho", diz. Sua titularidade foi recuperada dentro de campo, com a motivação de quem queria e conseguiu provar que Cuca estava errado.

O grupo celeste é muito forte, mas Thiago tem consciência de que ainda falta um título de expressão para marcar a fase. "O time joga junto há muito tempo, muda pouco e se mantém lá em cima. Pela força do grupo, vários jogadores têm a chance de decidir uma partida, e é isso que faz um time vencedor, com cara de campeão", admite. O título de artilheiro da Libertadores de 2010, seria trocado tranquilamente pelo título de Campeão da Copa, por Thiago Ribeiro. Para o jogador, a artilharia vem de maneira natural e não é o que ele coloca em primeiro plano. Seu principal objetivo é fazer gols para ajudar o time e já é o segundo maior artilheiro da história do Cruzeiro em Libertadores.

Seu grande ídolo no futebol é o atacante Ronaldo Fenômeno, por tudo que passou e conquistou no futebol. "Ele já foi um dos maiores da história e se não tivesse tido nenhuma lesão, poderia ter sido melhor ainda", afirma. O relacionamento com a torcida é muito bom. "Procuro sempre fazer meu melhor em campo, para ser reconhecido fora. O importante é dentro das quatro linhas e fazendo um bom trabalho, serei reconhecido pela torcida, imprensa e mídia, em geral", fala. O jogador sabe da existência de fã clubes nas redes sociais e agradece o carinho, mas confessa não ter muita afinidade com a internet.